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O alfabeto

Publicado maio 27, 2012 por catroi

A palavra escrita faz parte do nosso meio. Desde pequenas, as crianças estão em contato com a palavra escrita, e aprendê-las de forma divertida pode facilitar esse processo de aprendizagem. E assim vão construindo suas próprias interpretações sobre a leitura e a escrita. Ao viver experiências como ver seus pais lendo o jornal diário ou uma pessoa escrevendo uma mensagem para outra, elas descobrem diariamente a função comunicativa da língua escrita. Embora as crianças aprendam normalmente a ler e a escrever na escola, os pais podem acompanhar este processo de aprendizagem em casa.

Etapas de aquisição da lectoescrita
Apesar das crianças serem capazes de aprender a ler e a escrever em idades muito baixas, é fundamental levar em conta o seu estado de maturidade e suas habilidades linguísticas antes de iniciá-las nesta aprendizagem. Adiantar o processo pode gerar em nossos filhos uma série de frustrações que os levarão a rejeitar posteriormente a aquisição da lectoescrita.

Por volta dos quatro anos, as crianças transitam pela etapa pré-silábica. Não compreendem ainda o simbolismo da escrita e não conseguem estabelecer correspondência entre letras e sons. Possuem, em vez disso, o conceito de que coisas grandes correspondem à palavras compridas e coisas pequenas à
palavras curtas.

Algum tempo mais tarde percorrem a etapa silábica sem valor sonoro estável.
Elas começam a se dar conta de que a escrita é uma forma de representar partes sonoras da linguagem falada. Escrevem uma letra para cada sílaba da palavra, mesmo não sendo letras que pertencem a essa palavra. Por exemplo, para “PATO” escrevem “EN” (uma letra para cada sílaba). Mais adiante podem escrever “AO”.

A etapa seguinte é a silábico-alfabética, em que os princípios silábicos e alfabéticos convivem numa mesma palavra. Passam a escrever mais de uma letra para cada palavra, mas não conseguem escrever a palavra de forma completa. Por exemplo, para “BORBOLETA” escrevem “BOBETA”.

A última etapa é a alfabética. As crianças estabelecem correspondência entre o fonema (o que soa) e o grafismo (o que se escreve). Ao perceber que cada letra tem o seu som, escrevem as palavras com todas as suas letras. Como este processo é progressivo, às vezes se “esquecem”de algumas letras.

A importância de ensinar o alfabeto
A escrita alfabética representa a estrutura fonológica das palavras. Ou seja, as letras representam sons. O conhecimento do nome das letras permite que as crianças aprendam os fundamentos com que adquirem depois o sistema alfabético. Ao aprender os nomes, devem identificar e recordar a forma das letras. Além disso, o nome das letras ajuda a lhes dar os sons correspondentes. Quando copiam, tentam escrever palavras, prestando atenção à cada letra, pois têm de escrever uma a uma, o que ainda lhes permite a descoberta de numerosas correspondências letras-sons.

Aprender o alfabeto não tem de ser uma tarefa chata. Existem muitos jogos que os pais podem usar com seus filhos para acompanhá-los nesta aprendizagem.
A partir dos 4 anos, pode-se jogar “Adivinha onde está o A?”. Para isso, preparam-se cartões com vários desenhos. Alguns deles devem começar com a letra sugerida nesse cartão. Dividem-se os cartões pelos jogadores e eles têm de identificar os desenhos que comecem com a letra sugerida e marcá-los com uma cruz. Ganha quem assinalar corretamente as respostas no tempo mais curto.

Com crianças de 5 anos pode-se jogar “Caminho do abecê”. Para isso, é necessário um cartão com as letras do abecedário, fichas e um dado. O primeiro jogador lança o dado e avança o número de casas indicado. Se cai em uma casa vermelha, deve dizer duas palavras que comecem com a letra
indicada; em uma amarela, dois nomes de pessoa e, em uma azul, um nome de animal. Se responder corretamente ao requisito, pode lançar de novo o dado para avançar e só depois cede a vez a outro jogador. Do contrário, deve esperar até que seja novamente a sua vez. As rodadas prosseguem até que alguém alcance a meta e ganhe.

Importância do nome próprio
O próprio nome torna-se a palavra escrita mais vista pelas crianças e a que lhes desperta maior interesse. Desde que nascem, ouvem seu nome a todo o momento, então ele acaba se tornando um som familiar. Mais tarde descobrem que seu nome escrito aparece em vários objetos e é utilizado para diferentes finalidades. Tomam então posse dele e de cada uma das letras que o integram.
É comum escutar entre as crianças: “Esta é a minha letra”, referindo-se à letra com que começa o seu nome.

Diante destas estas vantagens que vêm com o nome próprio, é portanto útil, necessário e interessante tomá-lo como ponto de partida para colocar nossos filhos em contato com a língua escrita. É muito importante que, desde pequeninos, os estimulemos a escrever o seu nome. Primeiro irão copiá-lo e,
mais tarde, escrevê-lo de memória. A escrita do próprio nome dá muita segurança às crianças, porque é sempre igual, não muda.

Também podemos fazer jogos mais organizados como, por exemplo, a “Loteria do nome”. Para isso, são necessários cartões com os nomes das crianças que participam do jogo; todas as letras soltas que compõem o abecedário contidas em uma bolsa e fichas de cores.

Entregam-se os cartões com os nomes de cada participante. O objetivo do jogo é montar o nome à medida que se vai “cantando” cada letra que se tira da bolsa. Quando aparece alguma letra que servir ao jogador, este coloca uma ficha colorida no lugar em que ela se encontra em seu cartão. Ganha o participante que conseguir completar seu nome primeiro.

O traçado da escrita
Na aprendizagem do alfabeto, não se deve levar em conta somente a maturidade das crianças para conseguir associar as letras escritas com os seus sons, mas também a sua capacidade motriz para desenhá-las. Quanto à ortografia, os menores atravessam 3 momentos: o dos grafismos primitivos (espirais, rabiscos longitudinais, traços, círculos), o das pseudoletras (imitações deformadas das letras convencionais) e o das letras convencionais. Em geral, é mais fácil que eles reconheçam as letras maiúsculas, já que estas têm formas claramente mais diferenciadas e o seu traçado é mais fácil, permitindo variações sem que a letra se altere por completo.

Antes de conseguir obter a ortografia correta das letras convencionais, as crianças devem dominar uma série de capacidades, como a coordenação visomotora (possibilidade de reproduzir com o traço aquilo que veêm), a simetria, as orientações direita-esquerda e em cima-embaixo, a disposição espacial e a motricidade em detalhe, que é fundamentalmente saber segurar um lápis, pressioná-lo corretamente e conseguir fazer traços com ele.

Para favorecer estas destrezas em nossos filhos podemos, além de estimulá-los a desenhar desde pequenos e a se familiarizarem com o uso do lápis e do papel, propor a eles alguns jogos didáticos. A utilização de letras feitas em um material rugoso, como a lixa, produz um grande efeito. As crianças podem percorrê-las com os dedos, com os olhos fechados ou abertos, tentando adivinhar de que letra se trata, enunciá-la e depois desenhá-la em um papel.

Também é divertido para eles reproduzir as letras na areia (seja no parque, na praia ou em uma caixa que você tem em casa). Estas experiências o ajudam a memorizar o reconhecimento e traçado das letras, não só através das capacidades intelectuais, como também por meio de sensações agradáveis, como aquelas provenientes do tato.